Infelizmente, eu não sou a porra de um poodle de madame

Um manifesto de instinto, raiva e herança suja Eu não tenho pedigree, não tenho sobrenome, não tenho ideia de como posso rastrear a minha extensa e variada árvore genealógica. Meus pais, não campeões de concurso de beleza ou experts em agility , não chegaram de avião com certificações e prêmios. Nunca receberam um petisco por ter feito um truque — aliás, nunca aprenderam um truque sequer. Mas aprenderam na raça como serem cães de serviço. Com chicotadas nas costas, conseguiram puxar trenós, ignorar a fadiga e as patas em carne viva. Nunca puderam aprender pelo amor — foi sempre pela dor. A dor pedagógica que faz um cachorro colocar o rabinho entre as pernas e mostrar os dentes. Infelizmente, eu não sou a porra de um poodle de madame. Nunca tive nem ao menos um jornalzinho para fazer xixi. Eu nunca vou me acostumar com a ração premium depois de ter chafurdado no lixo delicioso da aristocracia. Não tive lacinhos cor-de-rosa, tosa higiênica ou fui castrada para controlar os ...